Contra o etarismo, alunos com mais de 40 anos rompem estigmas e ocupam universidades em MS
Quando o ano letivo começa nas universidades, muito se fala sobre os alunos que acabaram de deixar o Ensino Médio para ingressar em um novo desafio. Mas, com os holofotes virados para a nova geração, esquecemos de dar espaço para uma parcela importantíssima de alunos que, no auge dos seus 40, 50, 60 ou 70 anos, decidiram mudar a rota e ingressar pela primeira vez – ou não – no ensino superior.
Conforme o Painel Estatístico do Censo da Educação Superior do MEC (Ministério da Educação), em 2023, Mato Grosso do Sul registrou 1.084 matrículas de alunos 40+ em universidades federais; 209 em universidades estaduais; e 6.044 em instituições privadas.
Conforme o Painel Estatístico do Censo da Educação Superior do MEC (Ministério da Educação), em 2023, Mato Grosso do Sul registrou 1.084 matrículas de alunos 40+ em universidades federais; 209 em universidades estaduais; e 6.044 em instituições privadas. Isso mostra que, com maior expectativa e qualidade de vida, não existe uma idade específica para a realização de sonho, seja ele antigo ou novo.
Sonho do Direito foi realizado aos 70 anos
Este é o caso do economista Paulo Tarso Diogo do Amaral que aos 70 anos se formou no curso de Direito na UCDB (Universidade Dom Bosco) após duas tentativas. Paulo ingressou no curso pela primeira vez em 1984, em São Paulo. Três anos depois se casou, mudou para Mato Grosso do Sul e, com a nova rotina, precisou dar uma pausa nos estudos.
Em 1994, ele recomeçou o curso, mas seu filho nasceu e, novamente, precisou fazer uma pausa. “Meu filho nasceu com uma série de problemas, então tive que pausar os estudos. Nessa época eu já estava no sétimo semestre, quase finalizando”, conta.
A essa altura, a vida aconteceu e as prioridades mudaram. Embora adormecido, o sonho de se formar em Direito ainda era latente e Paulo sabia que, cedo ou tarde, voltaria para a universidade.
“Um filho meu se formou em Direito, outro em Medicina e minha filha em Administração. Não dava para eu voltar a estudar bancando os custos que envolviam a formação deles. Quando meu filho se formou em Direito, na pandemia, falei que voltaria. E foi o que fiz”, afirma.