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segunda-feira, 6 de novembro de 2023
RIOVERDEMS | Por PORTAL RIOVERDE NOTICIAS

O que fazer em casos de parada cardiorrespiratória

 



O que acontece depois de uma parada cardiorespiratória? 

Depois de uma parada cardiorrespiratória o corpo inicia um tipo de desligamento, o que chamamos de reação a uma pane.

Isso acontece porque o córtex, a partir do nosso cérebro que se responsabiliza pelo processamento neural, diminui drasticamente as suas atividades em até 20 segundos.

Então, os exames que se responsabilizam por medir a atividade cerebral podem resultar em uma linha reta, como se o corpo já estivesse sem vida.

Na sequência o corpo começa a passar por vários processos que fazem outras células cerebrais pararem de funcionar completamente.

Mas isso pode acontecer somente depois de algumas horas da parada cardíaca, justamente por isso o primeiro atendimento é fundamental, tanto no que diz respeito à qualidade deste atendimento, quanto no que diz respeito à rapidez da ação.

Quando é feita uma Reanimação Cardiopulmonar (RPC)  de qualidade, por exemplo, o sangue consegue ser enviado para o cérebro, reanimando assim parte de suas funções.

Porém, essa manobra é em média somente 15% do que o cérebro necessita para voltar a funcionar normalmente, o que a torna necessária para manter o cérebro em funcionamento somente até a chegada da emergência.

Logo, podemos afirmar que deixar um paciente sem RCP e primeiros socorros é extremamente arriscado, pois pode fazer com que ele fique sem oxigênio no cérebro por muito tempo, resultando em graves sequelas que podem durar o resto de sua vida, caso ele sobreviva.

Leia também sobre o tão falado infarto fulminante e sobre os tipos de infarto.

O que fazer frente a uma parada cardiorrespiratória

Uma parada cardiorrespiratória pode acontecer em qualquer lugar e vitimar inclusive pessoas consideradas saudáveis. Passeios em família, festas, locais públicos ou de trabalho, qualquer ambiente pode ser palco dessa situação.

Para se ter uma ideia, de acordo com a SOBRAC, Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas, das PCRs que acontecem fora dos hospitais, 86% delas ocorrem em casa e 14% em lugares públicos ou corporativos. E esses casos representam 200 mil das 300 mil mortes por PCR que ocorrem todos os anos no Brasil.

Esses números indicam que a grande maioria das pessoas não está em ambiente hospitalar ou mesmo home care quando apresentam o problema, o que pode refletir diretamente no seu socorro.

Aqui, é fundamental lembrar também que após 10 minutos do início da PCR, as chances de reversão são mínimas devido ao comprometimento dos órgãos, conforme explicado acima. Por tudo isso, é essencial saber como agir nesses casos, os quais podem acontecer com pessoas próximas a você, a qualquer momento ou hora do dia.

Considerando todas essas orientações, veja abaixo a maneira certa de proceder.

– Identifique a PCR

Nem toda pessoa que está desmaiada está em parada cardiorrespiratória. Esse é um erro de identificação muito comum cometido por pessoas leigas, ou seja, por aquelas que não são profissionais da área de saúde. 

Infelizmente, não é raro vermos prestações de socorro nos quais a vítima está desacordada e, uma pessoa na intenção de ajudar, inicia as manobras de reanimação sem constatar se esse procedimento é realmente necessário.

Assim, o primeiro passo é identificar se a pessoa está mesmo em PCR. Para isso, comece chamando-a e verificando se ela consegue lhe responder. Verifique também se a vítima está respirando.

Chame a emergência

Confirmando que a vítima realmente está desacordada e sem respirar, antes de iniciar a manobra de reanimação é preciso entrar em contato com a emergência, ligando para o SAMU no telefone 192, especialmente se não houver outras pessoas com você. 

Caso tenha alguém próximo, determine que realize a ligação. Além disso, é fundamental solicitar que tragam o Desfibrilador Externo Automático (DEA) o quanto antes, enquanto você inicia os próximos passos.

– Inicie a reanimação cardiopulmonar

Confirme se você e a vítima da parada cardiorrespiratória estão em um local seguro, a fim de evitar outros acidentes. Verificado isso, inicie a reanimação cardiopulmonar (RCP).

A RCP é o procedimento utilizado para reverter quadros de parada cardiorrespiratória. Consiste em um conjunto de manobras que visam manter a circulação sanguínea até que o funcionamento do coração se normalize.

Uma vez iniciada, só pode ser interrompida em 3 momentos: para que o desfibrilador faça sua análise, quando o atendimento médico especializado chegar ou o paciente retomar a consciência.

De acordo com a American Heart Association (AHA), responsável pelas diretrizes desse procedimento, a indicação atual da reanimação cardiopulmonar é:

Para leigos:

  • 100 a 120 compressões por minuto;
  • 2 polegadas (5 cm) de profundidade, pelo menos.

Se necessário, revezar as pessoas nas compressões para não interromper por mais de 10 segundos.

Para socorristas treinados:

  • 30 compressões por 2 respirações;
  • 100 a 120 compressões por minuto;
  • 2 polegadas (5 cm) de profundidade, pelo menos.

Veja abaixo as instruções para realizar a RCP corretamente:

  • coloque a pessoa deitada com barriga para cima em uma superfície firme;
  • ajoelhe-se ao seu lado, de frente para o seu tronco e localize o centro do tórax, especificamente a linha entre os mamilos;
  • você deve estender seus braços, sobrepor as mãos e entrelaçar os dedos;
  • coloque-as sobre o ponto localizado anteriormente e, usando seus joelhos como apoio, inicie as compressões, jogando o peso do seu corpo sobre o tórax da vítima.
  • mantenha os braços retos durante todo o procedimento e comprima constantemente o peito da vítima, dando total atenção ao ritmo, profundidade e velocidade.

Nesse último ponto, você pode se guiar pelo ritmo da música “Stayin’ Alive, dos Bee Gees. A comunidade médica reconhece que a canção fornece a batida ideal para realizar as compressões no peito para Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP). Tente cantar a música, ou repassá-la mentalmente, para adequar cada pressão ao ritmo das batidas da música.

Para uma RCP precisa e que gere resultados, é fundamental que o tórax da pessoa em PCR volte à posição normal ao final de cada compressão. 

Caso haja por perto quem possa auxiliar no socorro, é indicada a troca do socorrista a cada dois minutos, evitando cansaço e o comprometimento do atendimento. 

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