Campo Grande-MS: Rapaz alega "raiva incontrolável" ao ver beijo e que por isso decidiu matar ex
Após se entregar à polícia, Messias Cordeiro da Silva, de 25 anos, foi interrogado na noite deste domingo (30) e confessou o crime. Ele se disse tomado por "raiva incontrolável" ao ver a ex-namorada, Karolina Silva Pereira, 22 anos, beijando Luan Roberto de Oliveira Oliveira, 24, e atirou contra os dois. Luan morreu no local e Karolina está internada em estado grave.
O crime ocorreu por volta de 2h50 deste domingo, no Jardim Colibri, em Campo Grande. Ao tomar conhecimento dos fatos, equipes da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) foram às ruas para encontrar Messias, que fugiu em uma motocicleta. Em menos de 18 horas, ao ver o cerco se fechando, decidiu se entregar, acompanhado de advogado.
Na manhã desta segunda-feira (1), as delegadas, titular Elaine Benicasa e Analu Ferraz, concederam informações sobre a investigação em uma coletiva de imprensa. Segundo a polícia, Messias e Karolina mantiveram um relacionamento amoroso por oito meses, que acabou há cerca de uma semana e meia.
Contudo, segundo Messias falou durante interrogatório, o casal continuou mantendo conversas pelo WhatsApp. "Mas, a vítima passa a rejeitá-lo, então ele comparece por algumas vezes na residência dela, esperando chegar do trabalho, as vezes na companhia de Luan. Inclusive, presencia carícias, alguns beijos e decide, a partir de então, retirar a vida de Karolina", explica Benicasa.Messias não fazia ameaças e, até então, havia apenas discussões. Por algumas vezes, foi até a casa da ex, esperou que Luan saísse e em seguida discutia com ela, perguntando se mantinha relacionamento com outras pessoas. Já na madrugada deste domingo, Messias foi ao local com uma arma calibre 38, estacionou a moto perto e ficou de tocaia, debaixo de uma árvore.
Tiros - Por volta das 2h50, Karolina chega na companhia de Luan. "Presencia ambos se beijando, de acordo com ele, se toma por uma raiva incontrolável e logo em seguida aparece. Ele desfere um tiro na Karolina, que atinge seu pescoço. Luan tenta intervir, momento em que volta arma de fogo para o Luan e atira", discorre Benicasa. Luan cai no chão e Karolina tenta fugir. "Pelas costas, ele acerta mais um tiro certeiro na cabeça da vítima".
Fuga - Na sequência, Messias corre até a motocicleta e, segundo o interrogatório, tenta tirar a própria vida. "Desferindo duas vezes com a sua arma, mas não consegue. Então, ele liga para a mãe, que pede que volte para casa e lá conversa com outros familiares", conta a titular.
Segundo a delegada que está à frente do caso, Analu Ferraz, ao chegar na casa, a mãe de Messias aciona o pai do rapaz. "Ligou para o pai dele dizendo que tinha feito uma cagada matado a menina e estava precisando de apoio. Nesse momento, o Messias sai da casa da mãe andando pela BR escondido, até a chácara do pai, que é perto. Quando viu o carro do pai, ele sai do mato e entra no carro", revela.
Lá, o pai escondeu Messias no matagal, porque a polícia já tinha ido até o endereço, e encobre também a arma do crime, que foi posteriormente localizada no chiqueiro da propriedade. "Já havíamos feito vários pedidos, como a geolocalização do celular do Messias para localizá-lo. Também ouvimos a mãe, se prontificou a nos ajudar, mas vimos que ela estava entrando em contradição", conta.
Analu e as equipes passaram a ouvir outros familiares e foram novamente à casa do pai. "Percebemos que estava dando apoio na fuga e como viu o cerco fechando, pediu apoio para a irmã, tia do Messias", diz. Messias, então, se escondeu na casa da tia com ajuda de um primo. "Os familiares, mesmo sabendo do que ele fez, conseguiram escondê-lo", pondera a delegada, que também afirma não acreditar que Messias tinha a intenção de se matar.
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