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segunda-feira, 13 de março de 2023
RIOVERDEMS | Por PORTAL RIOVERDE NOTICIAS

Em MS, lendas regionais ainda são desconhecidas por muita gente

 


Nesta semana, a série Mitos Vivos, de Fábio Flecha, teve seu pré-lançamento em Campo Grande e, de acordo com os pesquisadores envolvidos, muito se sabe sobre histórias internacionais, enquanto as regionais vão sendo esquecidas. Comprovando esse argumento, em enquete, 53% dos leitores indicaram que não conhecem o folclore de Mato Grosso do Sul. Ainda na enquete, nossos leitores informaram que 32% conhecem um pouco da cultura popular e apenas 15% votou que realmente está familiarizado com as histórias e manifestações.

Professor da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), pesquisador e consultor na série Mitos Vivos, o sul-mato-grossense Andriolli Costa pontua que o folclore realmente é desvalorizado por ser cotidiano. “É importante lembrar que o folclore não é sinônimo de mitos e lendas, eles são um braço da árvore que é o folclore. Isso porque folclore é tudo o que é cultura popular”.

Para o pesquisador, essa falta de atenção e valorização se dá justamente pelo folclore ser parte inerente da vida. “Nossa vida é permeada por folclore do nascer ao morrer e até antes disso. Quando sua mãe está grávida, olham para a barriga e dizem que se estiver pontuda é menino e redonda é menina, isso significa que sua vida já está permeada antes mesmo de você nascer”, cita o exemplo.

Até por isso, se dá a importância de acompanhar produções que tratem tanto sobre o folclore sul-mato-grossense quanto o nacional. Especificamente sobre lendas e mitos, o pesquisador comenta que Mato Grosso do Sul também é rico nestas narrativas. Tanto que é possível elencar até mesmo as histórias mais famosas que se espalham pelo Estado. Começando pelo mito que foi seu tema de mestrado, Andriolli conta sobre a lenda dos tesouros enterrados na região de fronteira. “Normalmente, estão vinculados ao Paraguai e, especificamente, sobre o período da Guerra contra o Paraguai”.

De acordo com o professor, a lenda conta sobre fortunas enterradas e protegidas por espíritos com várias versões. “Uma versão diz que o próprio Solano López (ex-presidente do Paraguai), para evitar que a tríplice aliança tomasse todos os tesouros paraguaios, mandou dividir em carroças boa parte do ouro que o governo tinha pelo país e regiões fronteiriças, mandando enterrar”.

Após mandar enterrar o ouro, a história conta que o então presidente havia ordenado assassinar essas pessoas que enterraram para que ninguém, além dos oficiais, soubessem onde estavam enterrados os tesouros. Por esse motivo, as almas permanecem presas ao dinheiro e passam a procurar por pessoas com “coração puro” para recuperar esse tesouro. “Geralmente, essas almas aparecem em sonhos ou em forma de bola de luz flamejando”.

CGNews

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