Cidade de 7 mil habitantes se prepara para receber 12 mil trabalhadores em obra

Para instalar no município de Inocência uma unidade capaz de produzir 2,5 milhões de toneladas de celulose ao ano, a Arauco trabalha no planejamento para uma mudança radical com a prefeitura da cidade, que fica a 339 quilômetros de Campo Grande. A ideia é preparar o local para o “boom” de 12 mil pessoas que vão trabalhar na obra, a partir de 2025. A indústria prevê começar a produzir em março de 2028. O investimento total será de cerca de R$ 15 bilhões. O canteiro de obras ficará a apenas 47 quilômetros da cidade. Pensar cada detalhe da permanência dos trabalhadores é importantíssimo, porque a cidade tem pouco mais de 7 mil habitantes, segundo estimativa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A empresa garante que o alojamento terá estrutura suficiente para fazer com que os trabalhadores sejam atendidos em todas as suas necessidades, sem sobrecarregar as instalações locais, conforme o diretor de Novos Negócios da Arauco, Mário Neto. 

Oportunidades

Neste ano, o foco é o diálogo com os moradores da região para que conheçam os planos da empresa e as oportunidades que ela traz. Até 2024, o município vai oferecer qualificação profissional em parceria com o Sistema S, braço da Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul) especializado em capacitação. Quem entrar na onda terá emprego e renda garantidos sem deixar a cidade, mas a empresa sabe que é um desafio conseguir mão de obra totalmente local para trabalhar, tanto na obra quanto na produção. Depois de instalada, a fábrica e a floresta vão gerar 2,3 mil empregos.

Vale da celulose 

Fundada no Chile, em 1979, a Arauco veio para o Brasil em 2002 e chegou a Mato Grosso do Sul em 2009. Em junho do ano passado, foi assinado o termo de acordo com o governo de MS para início do Projeto Sucuriú, responsável pela instalação da empresa em Inocência. O investimento se dá em função do clima favorável para crescimento da floresta e pela facilidade logística, segundo Mário. Além disso, o interesse da gestão estadual em atrair esse tipo de negócios é uma vantagem.

“MS quer e vai se consolidar como Vale da Celulose, porque é um Estado que tem um planejamento para longo prazo nesse sentido, com secretarias que têm profissionais preparados e técnicos para isso. Isso dá segurança para a empresa”, comenta o diretor.

CGNews