PM mata a mulher, mãe, três filhos, irmão e dois desconhecidos que viu na rua
Por discordar do fim do casamento, um soldado de Polícia Militar, antes de matar-se tirou a vida de oito pessoas, entre elas a própria mãe, a companheira, três filhos, o irmão e outras duas pessoas que nem sequer conheciam.
A chacina ocorreu na madrugada desta sexta-feira (15) em duas cidades do Paraná, Toledo e Céu Azul, região situada a uns 450 quilômetros da capital Curitiba.
Pelo apurado até agora, o soldado Fabiano Júnior Garcia, de 37 anos de idade, exterminou a família porque a mulher, Kassiele Moreira, 28, teria pedido a separação dele, pois o casal enfrentava uma crise conjugal.
Júnior Garcia, sem histórico de violência em sua ficha na polícia (ver nota da PM logo abaixo), matou primeiro a mulher Kassiele, depois a filha Kamili, de 9 anos, o filho Miguel, de 4, a enteada Amanda, de 12 anos, Irene, a mãe, de 78 anos, Claudiomiro, irmão dele, de 50 anos, e também Kaio Felipe, de 17 anos e Luiz Carlos, de 19 anos, que nada tinham a ver com o assassino, simplesmente porque andavam na rua e atravessaram pelo caminho do militar.
Numa coletiva de imprensa, nesta manhã, o coronel Hudson Leôncio Teixeira, comandante da PM do Paraná, disse que o autor do massacre era soldado havia 12 anos e que, para a corporação, era tido como excelente policial e que, para ele, o episódio causou-lhe surpresa e decepção.
Antes de matar a família e matar-se, disse o comandante, o soldado remeteu um áudio via whatsapp a parentes e amigos comentando o pedido de separação da mulher.
De acordo com publicações da imprensa local, o militar teria deixado o 19º Batalhão da PM, no município de Toledo, por volta das 19h. Duas horas depois, por volta das 23h, o soldado telefonou a um dos cunhados e narrou o histórico da crise conjugal.
Dali em diante deu-se início à matança. Em Toledo, cidade com cerca de 150 mil habitantes, o militar matou a mulher e a enteada.
Após as duas mortes, o militar foi a cidade vizinha, Céu Azul, de 12 mil habitantes, distante 61 quilômetros dali, onde matou os dois filhos que dormiam na casa da avó materna.
De volta a Toledo - quando já havia matado 4 familiares - o soldado Fábio Júnior Garcia, seguiu para a casa da mãe, onde matou o irmão, depois a mãe, esta foi assassinada a facadas, segundo a PM. O restante a tiros.
O soldado matou ainda dois rapazes, simplesmente por cruzarem seu caminho, na rua. Depois, ele teria dado um tiro na cabeça e morreu.
Para o comandante da polícia paranaense, os crimes, à exceção das duas últimas execuções, pode ter sido premeditados pelo militar.
O assassinado, pelos cálculos do oficial teriam ocorrido das 23h até por volta da 1h da madrugada desta sexta-feira.
Veja a nota produzida pela PM do Paraná:
"A Polícia Militar está consternada e lamenta profundamente o ocorrido nas cidades de Toledo-PR e Céu Azul-PR. O policial militar que prestava serviços no 19º Batalhão em Toledo não tinha histórico que pudesse indicar problemas psicológicos e atuava como motorista do Coordenador do Policiamento da Unidade. Desde dezembro de 2020, a região conta com o apoio do programa PRUMOS, que disponibiliza atendimento psicológico e social aos militares e dependentes, com profissionais contratados para atuar nas Organizações Policiais Militares.