'Lamentável. Fere a democracia', diz presidente de Câmara após confusão com pedido de prisão a vereadores
O presidente da Câmara de Aparecida do Taboado, a 462 quilômetros de Campo Grande, emitiu uma nota de repúdio às ações do vereador Fernando Taturana (PSD) e seu advogado, que deram voz de prisão aos demais parlamentares, durante a sessão plenária de ontem (14). A confusão começou por conta de um requerimento pedindo pela abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), que ainda não havia sido protocolado.
Em nota, Gustavo Neira (Podemos) destacou que além de tentar coagir os vereadores, Taturana vem apresentando comportamento inadequado desde início do ano, quando apresentou o mesmo requerimento e não foi recebido pela presidência por não obedecer às exigências constitucionais, como ter ao menos um terço das assinaturas do legislativo municipal.
"O referido documento não foi recebido pela presidência por não obedecer aos critérios constitucionais, legais e regimentais. Ele foi intimado a apresentar recursos diante da decisão, o que não foi feito até o momento. Antes da sessão ordinária, o advogado Waldemar Lima pediu para fazer o uso da tribuna do plenário, o que lhe foi negado por conta das normas da Casa de Leis. Pediu para acompanhar a sessão ao lado do vereador Taturana, onde também recebeu uma resposta negativa, visto que os assistentes têm um espaço reservado", explicou.
Após isso, o presidente ressaltou que o crime de prevaricação é em favorecimento próprio, o que não foi feito pelos companheiros de parlamento. Ainda afirmou que a voz de prisão em flagrante dada por Waldemar Lima, acusando os vereadores de prevaricação é inexistente e fere a democracia. "Repudiamos veementemente essa ação, fica o registro de noite lamentável para o legislativo municipal de Aparecida do Taboado. A voz de prisão não se sustenta e o flagrante é inexistente, pois extrapolou suas ações como advogado", pontuou.
Briga no parlamento
Uma confusão na Câmara de Vereadores de Aparecida do Taboado terminou com um advogado dando voz de prisão a vereadores da cidade, em sessão na noite de segunda-feira (14). Em vídeos que circulam nas redes sociais, aparece o advogado Waldemar Lima dando voz de prisão aos vereadores presentes por prevaricação. Ninguém foi preso, a sessão foi suspensa e retomada depois de 40 minutos para o encerramento.
O advogado representa o vereador, Luiz Fernando de Oliveira, conhecido como “Taturana” (PSD). Ao lado de um policial militar, o advogado diz ao agente para prender os vereadores presentes. O motivo da prisão, segundo Waldemar Lima, é por omissão e prevaricação em relação à fiscalização da saúde pública na cidade.