Sanções dos EUA podem empurrar América Central para a China, dizem analistas
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Por Frank Jack Daniel e Drazen Jorgic
(Reuters) - Uma série de sanções dos Estados Unidos contra autoridades de alto escalão da América Central torna a China uma parceira atraente para governos que resistem à pressão norte-americana para combater a corrupção e os recuos democráticos na região, dizem autoridades e analistas.
A tendência entrou em foco nesta semana quando a Nicarágua reestabeleceu laços com o governo chinês, rompendo uma relação de longa data com a aliada norte-americana Taiwan, que depende muito do reconhecimento diplomático de países pequenos.
Outros países da região também estão cortejando a China. O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, ratificou o acordo de cooperação econômica de seu país com a China no começo deste ano depois que os EUA colocaram assessores próximos seus em uma lista de corruptos.
Bukele, que nesta semana acusou o governo norte-americano de exigir "submissão absoluta ou nada", comemorou em maio que a China fez investimentos públicos de 500 milhões de dólares "sem condições".
A decisão nicaraguense de se aproximar da China veio na esteira de uma série de sanções contra assessores do presidente Daniel Ortega após sua reeleição para um quarto mandato consecutivo, depois de uma campanha marcada por prisões de figuras destacadas da oposição.
A pressão dos EUA a autoridades centro-americanas vai da revogações de vistos a sanções do Tesouro, na prática excluindo-as do sistema bancário global. No caso de El Salvador, o governo norte-americano também está preparando acusações criminais contra dois assessores graduados de Bukele.
(Reportagem adicional de Matt Spetalnick, em Washington; Gustavo Palencia, em Tegucigalpa; e Sarah Kinosian, em San Salvador)
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terça-feira, 14 de dezembro de 2021