China disparou arma hipersônica cinco vezes mais rápida que o som e preocupa americanos e russos
Um dos testes de armas hipersônicas que a China fez em julho incluiu um avanço tecnológico que permitiu que o país disparasse um míssil ao se aproximar do alvo viajando a pelo menos cinco vezes a velocidade do som —capacidade que nenhuma nação havia demonstrado até hoje.
Cientistas do Pentágono foram pegos de surpresa pela conquista chinesa, que permitiu que o veículo hipersônico deslizante, uma espaçonave manobrável capaz de transportar uma ogiva nuclear, disparasse outro míssil em pleno voo sobre o Mar do Sul da China, segundo pessoas informadas sobre esses fatos.Especialistas do Darpa, a agência de pesquisas avançadas do Pentágono, continuam sem saber como a China superou as restrições da física ao disparar contramedidas —sistemas utilizados para evitar que armas com sensores ativos possam detectar e destruir um alvo— de um veículo que se movia em velocidade hipersônica, de acordo com pessoas informadas dos detalhes da demonstração.
Especialistas militares estão analisando os dados do teste para tentar entender como a China dominou essa tecnologia. Eles também discutem o objetivo do projétil, que foi disparado pelo veículo hipersônico sem um alvo claro e caiu na água.
Alguns especialistas do Pentágono dizem acreditar que o projétil era um míssil ar-ar —disparado de uma aeronave contra outra aeronave. Outros acham que foi uma contramedida para destruir sistemas de defesa de mísseis, para que estes não possam interceptar a arma hipersônica em tempos de guerra.
A Rússia e os Estados Unidos tentam fabricar armas hipersônicas há anos, mas especialistas dizem que o disparo de contramedidas é a última evidência de que os esforços da China estão significativamente mais avançados que os do Kremlin ou os do Pentágono. A Casa Branca não quis comentar a contramedida, mas disse que continua preocupada com o teste de 27 de julho, relatado primeiro pelo Financial Times.
terça-feira, 23 de novembro de 2021