A cerveja
ficará mais cara. A Ambev, dona de marcas como Skol, Brahma, Antarctica,
Bohemia e Stella Artois, aumentou o preço de seus produtos e já repassou o
reajuste a lojistas e distribuidores. Os novos valores entram em vigor a partir
de sexta-feira.
A empresa
não deu detalhe sobre os novos preços, limitando-se a dizer que vão variar
"de acordo com as regiões, marca, canal de venda e embalagem". A
Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), avalia que o reajuste
fique em torno de 10%.
— Há uma
pressão muito grande dos custos, tanto para a Ambev, neste caso específico,
quanto para os bares e restaurantes. O combustível, a energia, os insumos,
entre outros, estão mais caros. Por isso, acredito que este reajuste chegará ao
consumidor final imediatamente — disse Paulo Solmucci, presidente da Associação
Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).
Segundo ele,
cerca de 37% dos bares e restaurantes do país estão com prejuízo. Em São Paulo,
essa porcentagem é de 50%.
A associação
afirma que "todo aumento de custo dificulta ainda mais a vida do setor,
sobretudo em um momento em que se está pressionado por aumento no custo de
alimentos, luz, aluguel e, inclusive, o combustível, que afeta diretamente o
delivery".
Vendas devem
crescer
Donos de
bares e restaurantes receberam comunicado da Ambev sobre o reajuste nos últimos
dias. E o texto, distrubuído nacionalmente, diz que o reajuste vai seguir,
"em linhas gerais, a variação da inflação, variação de custos, câmbio e
carga tributária".
O comunicado
é encerrado com "reforçamos o nosso compromisso com a competitividade das
nossas marcas no mercado, visando sempre a boa performance do volume de vendas
da indústria”.
Segundo a
Abrasel, o aumento da cerveja em âmbito nacional, que deve vir alinhado com a
inflação acumulada nos últimos 12 meses, deve girar em torno de 10%. Mas deve
variar conforme o estado. Em São Paulo, seve seguir esse percentual. No Rio,
ele avalia que o aumento será menor, em torno de 7%.
Ainda assim,
Solmucci acredita que as vendas continuarão a subir:
— Com a
retomada da economia, a volta dos eventos e a proximidade do verão, as vendas
de cerveja aumentarão. Já estão indo muito bem, cerca de 3% a mais do que o
segundo semestre de 2019.
Endividamento
alto
O reajuste
do preço da cerveja ocorre em momento ainda crítico para o setor. Segundo
pesquisa da Associação Nacional de Restaurantes (ANR), em parceria com a
consultoria Galunion e com o Instituto Foodservice Brasil (IFB), o nível de
endividamento das empresas do segmento é de 55%.
Desse total,
78% devem para bancos, 57% estão com impostos em atraso, 24% têm dívidas com
fornecedores e 14% afirmam ter pendências trabalhistas.
A pesquisa
mostra ainda que 62% das empresas, entre restaurantes, bares, cafés e
lanchonetes, ainda não recuperaram as vendas em relação ao pré-pandemia.