O mototaxista Rio-Verdense, João Neves, teve 80% do pulmão comprometido, mas saiu da UTI após dez dias de luta.
A covid-19 foi um susto grande na vida de João Carlos Neves, 48 anos, e ainda agora, quase dois meses após receber alta, sequelas da doença estão presentes em seu cotidiano.
Quem conta a história é a esposa dele, Berenice Gonçalves Goulart, 37, que é gari na Prefeitura de Rio Verde, de onde vieram para que João pudesse ser atendido em Campo Grande.
O medo da morte foi grande, mas com muita fé e acreditando que o tempo do marido ainda não havia chegado, Berenice e João superaram a batalha depois de internação que durou praticamente um mês.
Entre os dias 11 e 13 de janeiro João sentiu os primeiros sintomas da covid-19, e começou a tomar medicamentos do chamado kit covid. Diabético e com pressão e colesterol altos, ele voltou ao hospital cidade em 17 de janeiro, com quadro agravado e decidiram por seu encaminhamento a Campo Grande.
João, 39 Kg mais magro, junto com equipe do El Kadri. (Foto: Arquivo da família)
Aqui, sem vaga no Hospital Cassems, onde a esposa tem plano, ele foi enviado ao El Kadri, de onde saiu em 16 de fevereiro, após passar 10 dias em leito de UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
“O risco era grande, a gente sabe, mas Deus não deixou. João sempre foi muito alegre, mesmo nos piores momentos, triste ou com medo. Quando confirmou que era covid, ele falava pra mim que se ele tivesse que ir pra Campo Grande ou ser intubado, ele não voltava. Mas voltou”, se alegra Berenice.
Segundo ela, a família se apegou muito a Deus nesses tempos difíceis e ainda encontrou equipe abençoada no El Kadri, que deu toda assistência e apoio que precisavam.“O pulmão dele comprometeu 80%. Na época, conversei com o doutor Marcelo e ele disse que era arriscado, mas eu acreditava num milagre de Deus e foi no que a gente se apegou. Eu pedi pra ele salvar o João, mas ele disse que estava fazendo o melhor e foi então que eu respondi: quando não tiver o que fazer, Deus vai fazer por ele”.
Berenice lembra que o marido enquanto esteve internado teve deficiência de vitamina D e ainda desenvolveu enfisema pulmonar. Foram 9 dias em UTI e assim que foi extubado, João, segundo a esposa, “saiu consciente e conversando”. “Eu fiquei com ele na enfermaria, ele estava bem fraco e debilitado, sem movimentos. Hoje ele está com acompanhamento em casa”, contou.
João com a esposa e dois dos quatro filhos. (Foto: Arquivo da família)
Fora a dificuldade em andar, João ainda emagreceu 39 Kg durante a internação e acabou tendo trombose, que está sendo tratada. “Ele teve trombose nas duas pernas, tornozelo, numa veia do fígado e no braço direito”, contou Berenice.
A alta geral e volta para casa foi em 16 de fevereiro hoje, quase dois meses depois, os movimentos melhoraram, mas ainda não há total controle dos passos. “Agradecemos muito toda equipe do hospital, todos atenciosos e sabemos da situação crítica que eles vivem como trabalhadores da saúde”.
“A palavra é gratidão. E a todas essas pessoas que estão passando por essa situação, eu falo. Precisamos muito dos médicos, mas se apeguem com Deus. Eu não peguei covid, mas sei que é difícil”, analisa. -
CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS
terça-feira, 13 de abril de 2021