sexta-feira, 4 de março de 2016
RIOVERDEMS | Por PORTAL RIOVERDE NOTICIAS
Delcídio diz em nota que não confirma teor de reportagem sobre delação
Novo delator da Operação Lava Jato, o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) afirmou nesta quinta-feira (3), por meio de nota, que não confirma o conteúdo da reportagem publicada na edição desta semana da revista "IstoÉ", que traz detalhes sobre os depoimentos que ele prestou à Procuradoria Geral da República (PGR).
No comunicado, assinado conjuntamente por Delcídio e pelo advogado Antonio Augusto Figueiredo Basto, responsável pela defesa do parlamentar do PT, ressaltaram que, por não conhecer a origem dos documentos que basearam a reportagem da revista, não poderiam reconhecer a autenticidade do material.
"À partida, nem o senador Delcídio, nem a sua defesa confirmam o conteúdo da matéria assinada pela jornalista Débora Bergamasco. Não conhecemos a origem, tampouco reconhecemos a autenticidade dos documentos que vão acostados ao texto", diz trecho da nota divulgada por Delcídio.
Homologação
A TV Globo confirmou que o acordo foi assinado, mas que ainda não está homologado porque um dos pontos foi objeto de questionamento e ainda está sendo ajustado.
A TV Globo confirmou que o acordo foi assinado, mas que ainda não está homologado porque um dos pontos foi objeto de questionamento e ainda está sendo ajustado.
O senador foi preso pela Polícia Federal em 25 de novembro na Lava Jato. Segundo os investigadores, ele teria tentado obstruir os trabalhos da operação.
No dia 19 de fevereiro, Delcídio foi solto por ordem do Supremo Tribunal Federal e está em prisão domiciliar.
Acusações
De acordo com a "IstoÉ", Delcídio do Amaral contou aos procuradores da República que a presidente Dilma Rousseff agiu para manter na Petrobras os diretores comprometidos com o esquema de corrupção e atuou para interferir no andamento da Operação Lava Jato.
De acordo com a "IstoÉ", Delcídio do Amaral contou aos procuradores da República que a presidente Dilma Rousseff agiu para manter na Petrobras os diretores comprometidos com o esquema de corrupção e atuou para interferir no andamento da Operação Lava Jato.
Uma dessas ações, segundo o senador petista, foi a nomeação para o Superior Tribunal de Justiça (STJ) do ministro Marcelo Navarro, que se teria se comprometido a votar, em julgamentos no tribunal, pela soltura de empreiteiros já denunciados pela Lava Jato.
Delcídio afirma na delação, segundo a "IstoÉ", que, como presidente do Conselho de Administração da Petrobras, Dilma sabia que havia um esquema de superfaturamento por trás da compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.
Afirmou ainda que ela atuou para que Nestor Cerveró, ex-diretor da estatal e um dos presos na Lava Jato, fosse mantido na direção daPetrobras. A presidente, segundo o senador, indicou Cerveró para a diretoria financeira da BR Distribuidora.
Lula
Ainda de acordo com a revista, Delcídio do Amaral afirmou que Lula tinha conhecimento do esquema de corrupção que atuava na Petrobras, que agiu pessoalmente para barrar as investigações da Lava Jato e que seria o mandante do pagamento para tentar comprar o silêncio de testemunhas.
Ainda de acordo com a revista, Delcídio do Amaral afirmou que Lula tinha conhecimento do esquema de corrupção que atuava na Petrobras, que agiu pessoalmente para barrar as investigações da Lava Jato e que seria o mandante do pagamento para tentar comprar o silêncio de testemunhas.
O ex-presidente, segundo Delcídio, foi o mandante dos pagamentos que o senador ofereceu à família de Cerveró e que resultaram na prisão do senador.
De acordo com Delcídio, Lula pediu “expressamente” para que ele ajudasse o pecuarista José Carlos Bumlai, porque estaria implicado nas delações do lobista Fernando Baiano e de Cerveró.
O senador afirma, segundo a revista, que Lula não queria que Cerveró mencionasse o esquema de Bumlai na compra de sondas superfaturadas feitas pela estatal.
Na delação, Delcídio diz que intermediaria o pagamento à família de Cerveró com dinheiro fornecido por Bumlai.
O senador também afirma, de acordo com a publicação, que em 2006 Lula e o ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil Antonio Palocci teriam articulado um pagamento ao publicitário Marcos Valério para que ele não dissesse o que sabia durante o processo do mensalão.
Conforme o parlamentar, Valério exigiu R$ 200 milhões para se calar na CPI dos Correios, e Lula teria cedido. Palocci, conforme o depoimento, assumiu a tarefa de negociar o pagamento.
Leia abaixo a íntegra da nota divulgada por Delcídio do Amaral:
NOTA DE ESCLARECIMENTO
Em respeito ao povo brasileiro e ao interesse público, o Senado Delcídio Amaral e a sua defesa vêm se manifestar sobre a matéria publicada na Revista IstoÉ na data de hoje. À partida, nem o Senador Delcídio, nem a sua defesa confirmam o conteúdo da matéria assinada pela jornalista Débora Bergamasco. Não conhecemos a origem, tampouco reconhecemos a autenticidade dos documentos que vão acostados ao texto. Esclarecemos que em momento algum, nem antes, nem depois da matéria, fomos contatados pela referida jornalista para nos manifestarmos sobre fidedignidade dos fatos relatados. Por fim, o Senador Delcídio Amaral reitera o seu respeito e o seu comprometimento com o Senado da República.
SENADOR DELCÍDIO AMARAL
ANTONIO AUGUSTO FIGUEIREDO BASTO
sexta-feira, 4 de março de 2016
ANTONIO AUGUSTO FIGUEIREDO BASTO