domingo, 27 de dezembro de 2015
RIOVERDEMS | Por PORTAL RIOVERDE NOTICIAS
Delcídio tem base política desintegrada após prisão, diz Folha
O senador Delcídio do Amaral, do PT, teve a sua base política desintegrada após o Supremo Tribunal Federal (STF) ter decretado a sua prisão no dia 25 de novembro. O parlamentar foi acusado de tentar obstruir as investigações da Opera Lava Jato. Na ocasião, o sul-mato-grossense chegou a oferecer fuga ao ex-diretor da Petrobrás, Nestor Cerveró, para Espanha.
Segundo o jornal Folha de S. Paulo, após o senador ser preso em Brasília, o escritório do parlamentar foi fechado em Campo Grande e os funcionários dispensados. A partir deste momento, a carreira promissora do parlamentar acabou se arruinando e com isso, a construção que Delcídio fez ao longo dos anos, como engenheiro e executivo de grandes empreiteiras do petróleo acabou se esfacelando.
A publicação paulista afirmou que o seu ingresso ao meio político durante a gestão de Fernando Henrique Cardoso, que o indicou para diretor de fás da Petrobras como cota dos senadores Jader Barbalho (PMDB-PA) e Jorge Bornhausen (ex-PFL-SC, atualmente no PSD) foi primordial para que ele chegasse ao posto de senador e líder do governo, com o passar do tempo.
A sua construção política e a relação com o meio empresarial, principalmente, as empreiteiras fez com que Delcídio vencesse as eleições de 2012. Após o anúncio da sua vitória, o mesmo chegou a comemorar o fato na ilha do empresário Carlos Suares, um dos fundadores da OAS, na Bahia, segundo a publicação. Diferente de quando perdeu as eleições para o Governo do Estado, em acompanhou o resultado isolado em sua fazenda, localizada no meio do Pantanal Sul-Mato-Grossense.
Porém, o fato do senador ter chegado ao Senado, de forma rápida, acabou o aproximando do setor financeiro. Delcídio passou a ser um interlocutor frequente de André Esteve - banqueiro que chegou a ser preso no mesmo dia do senador - e de executivos do Banco Bradesco.
A relação com os bancos deixou marcas no mandato e na ascensão política no Senado, e suava a camisa, conforme a Folha, para conseguir aprovar projeto que permitisse a repatriação de recursos de brasileiros no exterior - o que era de interesse da banca local.
Relação com o PT
Diante da prisão do senador, a prisão fez com que aflorassem antigos ressentimentos com o senador dentro do PT. Marcas da última eleição em que o senador tentou costurar uma relação com o atual governador Reinaldo Azambuja, do PSDB, e que o PT nacional vetou a ligação, acabou com o tucano vencendo e o senador derrotado.
A relação com membros do partido, como a do ex-governador Zeca do PT, também estremeceu, o ex-governador chegou a declarar que Delcídio jamais foi de esquerda. A relação de ambos sempre foi marcada por troca de ferpas, mas até na última eleição, antes da derrota, pareceria a uma amizade havia sido selada.
Agora, preso, a publicação afirma que a hipótese de Delcídio realizar a delação premiada ganha mais força. Com isso, membros do partido e banqueiros podem ser atingidos, caso o senador resolva falar tudo o que sabe, incluindo, sobre o governo da presidente Dilma Rousseff, com quem se reunia todas as segundas-feiras no Palácio do Planalto.
A Folha ainda afirma que o irmão do senador, Ramão do Amaral, veio à Capital para levar a esposa de Delcídio, Maika Amaral e as filhas para o apartamento dele em Florianópolis, para evitar o assédio da imprensa. No entanto, Delcídio era visto constantemente em Santa Catarina, considerando que o parlamentar possuía residência e a esposa, uma loja em determinado shopping da cidade. Diante da crise política, a carreira do parlamentar segue para o encerramento.
domingo, 27 de dezembro de 2015