sábado, 7 de novembro de 2015
RIOVERDEMS | Por PORTAL RIOVERDE NOTICIAS
Caso Goldoni: medo e novas mortes levam assassinato ao esquecimento
A grande demanda de assassinatos e a legislação de fronteira são dois quesitos apontados pelas autoridades para explicar a dificuldade na elucidação do assassinato do ex-deputado federal e estadual de Mato Grosso do Sul e ex-prefeito de Ponta Porã, empresário Oscar Goldoni, 66 anos. Ele foi executado a tiros há dois meses em Ponta Porã, município distante a cerca de 326 quilômetros de Campo Grande.
O delegado responsável pela investigação e titular da 1ª Delegacia de Polícia de Ponta Porã, Patrick Linares da Costa, afirmou que, por enquanto, o inquérito segue sem novos fatos para divulgação. Como uma força policial da Capital chegou a atuar nos primeiros dias da investigação, ao ser indagado sobre o efetivo, o delegado afirma que esse não é o problema.
“A investigação segue por conta da polícia local, do 1° e 2°DP. Na verdade, o problema não é a falta de efetivo. O efetivo dá conta. O problema maior é a alta demanda de óbitos e a legislação da fronteira impõe limites, atrapalha bastante”, informou. Patrick conta que não há jurisprudência da polícia nacional atuar no Paraguai, local onde acredita que os pistoleiros teriam fugido.
O fato é que Goldoni foi executado, no final da manhã do dia 15 de setembro, por fuzil 5.56 e pistola 9 milímetros ao sair do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) para renovar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Ao menos quatro tiros acertaram a cabeça do empresário, que conseguiu disparar com uma pistola 9mm contra os criminosos, mas eles teriam fugido em direção ao país vizinho.
Outro agravante que complica as investigações seria a falta de colaboração. “Aqui estavam ocorrendo muitos homicídios, em sequência, praticamente um por dia. Neste final de semana, que deu uma trégua. Estamos trabalhando em todos os casos, mas esse em especial é mais complicado. A população local também não fala, provavelmente, tem medo. Há muitos boatos, mas não há nada de concreto. Isso dificulta para construir o conjunto probatório. Uma coisa é saber o que aconteceu, o difícil é conseguir provar”, concluiu o delegado, aparentando estar desmotivado por esse ser mais um caso "sem solução".
sábado, 7 de novembro de 2015