sexta-feira, 10 de julho de 2015
RIOVERDEMS | Por PORTAL RIOVERDE NOTICIAS
Operação cumpriumandado na casa de assessor de ministério dos Transportes Edson Girotto
Edson Giroto pediu afastamento do Ministério dos Transportes após ação.
Operação combate organização suspeita de desviar recursos públicos.
A Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão na casa, em Campo Grande, do ex-deputado federal e atual assessor especial do Ministério dos Transportes, Edson Giroto, que foi secretário estadual de Obras na gestão de André Puccinelli (PMDB). A ação faz parte da operação Lama Asfáltica deflagrada nesta quinta-feira (9).
Edson Giroto informou que os agentes levaram um computador da casa dele e que não permitiram que o funcionário acompanhasse a apreensão. O assessor especial disse ainda que a investigação não é contra ele, e sim contra empresas e se colocou à disposição para dar mais esclarecimentos à polícia.
Segundo o Ministério dos Transportes, "o assessor especial solicitou afastamento de suas funções para tratar de assuntos particulares." O advogado de Giroto, José Valeriano Fontoura, informou que o afastamento é por tempo indeterminado para que o ex-secretário se dedique exclusivamente à defesa.
Foram dois anos de investigações. Uma ação conjunta da Receita Federal, PF, Controladoria-Geral da União (CGU) e Ministério Público Federal (MPF). A Justiça expediu 19 mandados de busca e apreensão em todo o estado. A operação tenta desarticular uma organização suspeita de desviar recursos públicos, inclusive federais fraudando licitações, contratos administrativos e superfaturamento em obras.
O primeiro lugar onde a PF esteve foi no escritório da empresa Proteco Construções Ltda., uma das investigadas. Do local foram levados documentos. Os policiais também foram à casa do empresário João Amorim, dono da Proteco, que está sob suspeita de ter sido beneficiada pelo esquema de fraude de licitação e superfaturamento.
A reportagem da TV Morena não conseguiu contato com a empresa Proteco.
A polícia ainda não divulgou os nomes das outras empresas que estariam envolvidas nessa organização criminosa.
Polícia esteve na Secretaria de Estado de Habitação e Infraestrutura-geral (Seinfra) e os funcionários não puderam entrar no prédio. Agentes da PF e técnicos da Receita Federal cumpriram mandado de busca e apreensão de documentos.
Foram investigados contratos de empreiteiras com órgãos públicos para pavimentação de rodovias construção de vias públicas, coleta de lixo e limpeza urbana. Nessa investigação, eles analisaram contratos num total de R$ 45 milhões e encontraram um prejuízo de pelo menos R$ 11 milhões.
O atual secretário de Governo e Gestão Estratégica, Eduardo Ridel, foi até a Seinfra. Ele conversou com os delegados federais e explicou que os contratos foram assinados na gestão passada, do então governador André Pucinelli (PMDB), e que eles ainda não sabem quais os contratos estão sob suspeita.
A assessoria de André Puccinelli disse que o ex-governador tomou conhecimento da operação pela imprensa e que ele ficou em reunião durante toda a manhã. Segundo a assessoria, o ex-governador deve se pronunciar ainda nesta quinta-feira.
A Receita Federal divulgou uma nota explicando que a ação do suposto grupo criminoso é voltada ao direcionamento de licitações a empresários ligados ao grupo. Os empresários recebiam supostamente contratos superfaturados e em contrapartida repassavam parte dos lucros que eram entregues a servidores coniventes com direcionamento e sobrepreços.
O advogado da empresa Anfer Construções e Comércio, outra investigada, e o empresário Antônio Fernando de Araújo Garcia só vão se pronunciar depois que tiverem conhecimento do inquérito.
A Justiça pediu o afastamento de quatro servidores da Seinfra, três são funcionários de carreira e o quarto saiu do governo ano passado aproveitando o programa de demissão, mas pelas informações da polícia, ainda estava prestando serviço para o governo estadual.
sexta-feira, 10 de julho de 2015