quinta-feira, 12 de março de 2015
RIOVERDEMS | Por PORTAL RIOVERDE NOTICIAS
ARTIGO: PROFESSOR, SALVADOR DA NOSSA CIDADANIA E DEMOCRACIA COM FELIPE TERUYA
A busca em resgatar um pouco da cidadania na escola de
hoje, trazendo as riquezas morais, éticas e humanas para o cotidiano do ensino
atual, me fizeram escrever esse artigo. Procuro questionar o aprendizado destes
conceitos na escola e fazer uma comparação com a Educação Física, onde é
possível se aplicar uma forma de ensino baseada nestas filosofias. A Educação
faz parte de uma plataforma constante na vida em sociedade, seja por questões
da política de organização e operacionalização, seja pelo desenvolvimento das
questões relacionadas ao ensino e aprendizagem. Contudo antes de mergulhar
nesse paraíso chamado educação precisamos falar um pouco sobre a valorização do
professor. A falta de valorização do professor é um fato muito comum em nossa
sociedade. Por dezenas de relatos, inclusive da minha mãe que é professora
aposentada, onde a função do profissional fica distante do programado, uma vez
que as demandas estudantis que chegam as salas de aulas deveriam ser
trabalhadas pela família e pela sociedade no contexto geral. Muito se precisa
evoluir para uma melhor educação exemplo na melhora de seu ambiente de
trabalho, na delimitação das horas de atividades e no poder aquisitivo de seus
proventos. Com a precariedade que encontramos em algumas escolas públicas
reflete diretamente na qualidade do ensino e aprendizagem e também no mercado
de trabalho. O professor é FUNDAMENTAL no contexto educacional. Precisamos
tratar os professores como eles realmente merecem serem reconhecidos pela
sociedade, como profissionais da educação. A necessidade urgente de
investimentos na qualificação profissional, através de cursos de atualização
dos docentes. A melhora dos salários e condições de trabalho, inclusive ter um
sistema de seguridade claro e, não só carregar a responsabilidade de instruir e
educar. Por fim, maiores comprometimentos com a educação de todos os envolvidos
no processo sem dúvida podem construir uma nação forte. Permita-me, parafrasear
Evaristo Ferreira da Veiga em o “Abolocionista”-Joaquim Nabuco” Uma pátria
respeitada, não tanto pela grandeza do seu território, com pela união de seus
filhos, não tanto pelas leis escritas, com pela convicção da honestidade e
justiça do seu governo; não tanto pelas instituições deste ou daquele molde,
como pela prova real de que essas instituições favorecem, ou, quando menos, não
contrariam a liberdade e desenvolvimento da nação. Para se viver em sociedade,
necessitamos ter ética e viver em uma democracia? E onde buscamos essas
informações, para colocar em prática, estes conhecimentos? Nas universidades ou
nas escolas, onde somos postos a prova, na convivência com outros alunos, tão
semelhantes a nós, obviamente completamente diferentes em suas
individualidades. E para ser cidadão ético e democrata devemos esmerar cada vez
mais na prática da sociabilidade usando sempre o seu direito e respeitando o do
outro sem esperteza, porém, inteligentemente. O espaço onde mais se esta aberto
a este aprendizado são nas aulas de educação física, por proporcionarem aos
alunos maior integração ao convívio social, aprendendo a viver em igualdade.
Parâmetros Curriculares Nacionais, na busca de realizar uma educação
comprometida com a cidadania, elegeram, com base em textos constitucionais,
princípios pelos quais podem ser orientada a educação escolar, e que estão
descritos abaixo : Dignidade da pessoa humana, que implica no respeito aos
direitos humanos, repúdio à discriminação de qualquer tipo, acessa a condições
de uma vida digna, respeito mútuo nas relações interpessoais, públicas e
privadas. Igualdade de direitos que refere-se à necessidade de garantir que
todos tenham a mesma dignidade e possibilidade de exercício da cidadania. Para
tanto há que se considerar o princípio da eqüidade, isto é, que existam
diferenças (éticas, culturais, regionais, de gênero, etárias, religiosas, etc.)
e desigualdades (socio-econômicas) que necessitam ser levadas em conta para que
a igualdade seja efetivamente alcançada. Participação, que como princípio
democrático, traz a noção de cidadania ativa, isto é, da complementaridade
entre a representação política tradicional e a participação popular no espaço
público, compreendendo que não se trata de uma sociedade homogênea e sim
marcada por diferenças de classe, étnicas, religiosas, etc. Co-responsabilidade
pela vida social, que implica em partilhar com os poderes públicos e diferentes
grupos sociais, organizados ou não, a responsabilidade pelos destinos da vida
coletiva. Todavia, são estes pontos que o professor precisa para trabalhar o
conceito de igualdade e democracia dentro do âmbito escolar. Eu acredito que a
figura do professor, tem uma importância tão gigantesca que nem o melhor médico
do mundo seria uma pessoa de sucesso se por trás dele não existisse a presença
do educador. Professor, esse que necessita do amparo divino, pois a vocação
para atuar, precisa "amar coisa" para ser professor, por que milhares
de vezes nos deparamos com alguns conceitos de que ser professor - e
principalmente de Educação Física - é uma tarefa fácil de se realizar. Mesmo
não sendo a mais valorizada das profissões, acredito ser ela a mais importante.
O que limita a ação docente é a sociedade da qual fazemos parte, que
incansavelmente busca a realização financeira, o status de ser o melhor,
Afinal, que pai "médico" vai querer que seu filho seja professor ? Só
se for professor universitário. E mesmo assim precisa de vocação para dar aula
em uma universidade. Portanto como o médico existe para prevenir e curar
doenças e sua felicidade é a recuperação de seu paciente, o Educador deve
pensar que sua missão é a de ensinar a quem não sabe, ajudar a amadurecer os
imaturos a descortinar universos lacrados pela ignorância, e que sua felicidade
está em ver o progresso gradual de todos eles, caso contrário, não haveria
necessidade de escola, professores e sistema educacional.
Felipe Zampieri Teruia
quinta-feira, 12 de março de 2015