O estudante de medicina Eric Francio Severo, de 21 anos, visto pela última vez na madrugada de sábado (27), em Sinop (MT), foi morto para não identificar os suspeitos. De acordo com o delegado Gustavo Bueno, os presos disseram que o rapaz ouviu o nome deles e para que não repassasse informações posteriomente à polícia, decidiram matá-lo. Eles não quiseram dar entrevista.

O universitário foi rendido após sair de um bar, para onde tinha ido com a caminhonete do pai. Ele foi colocado no veículo e foi morto no município de Lucas do Rio Verde (MT). Os suspeitos, de 25 e 30 anos, foram presos em Campo Grande, na BR-163, por volta das 18h (de MS) de sábado, pela Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Com os suspeitos foram encontrados um revólver calibre 38 com numeração alterada, 11 munições e três celulares. Dois telefones são dos presos e o terceiro seria da vítima.

Segundo informações do delegado, Eric Severo foi morto fora da caminhonete, com um tiro na cabeça disparado pelo suspeito de 30 anos. O corpo foi deixado no local e encontrado na manhã deste domingo após indicação dos envolvidos presos na capital sul-mato-grossense.

Os suspeitos confessaram o roubo da caminhonete e revelaram que o veículo havia sido “encomendado” por dois detentos de uma penitenciária de Guarulhos, em São Paulo. O veículo seria entregue a um terceiro envolvido em Dourados, a 214 quilômetros de Campo Grande, e de lá, conforme Bueno, seguiria para o Paraguai, onde seria vendido.Conforme o delegado, por meio da checagem das ligações e mensagens nos celulares dos dois homens presos, a suspeita é que eles estivessem se comunicando também com detentos de penitenciárias de Mato Grosso e de Mato Grosso do Sul.

A polícia acredita que pelo menos cinco pessoas, incluindo, os dois presidiários de São Paulo, estão envolvidos no roubo. Conforme os policiais, os dois presos em Mato Grosso do Sul são vigilantes, não possuem ficha criminal e se conheceram há cerca de dois anos quando trabalharam juntos em uma casa noturna.

O pai do estudante, o advogado e publicitário Leonildo Severo, disse que o filho mora em Tubarão (SC), onde terminou o 2º ano do curso de medicina, e que estava em Sinop desde o início deste mês para passar férias. Ele conta que o rapaz saiu de casa por volta das 21h30 de sexta-feira (26) para encontrar os amigos em um bar do munícipio.

"Minha esposa mandou mensagem pra ele às 2h40 da madrugada pra saber se estava tudo bem e ele não respondeu. Quando foi 4h17 eu comecei a ligar, mas só dava na caixa postal. Umas 5h eu saí pra fazer uma ronda na cidade, depois fui na casa dos amigos e nada. Passamos por hospitais também e fomos pra delegacia pra registrar queixa", contou Severo.

O publicitário disse que tinha receio de deixar a caminhonete com o filho por questões de segurança. "A gente meio que segurava o carro pra não dar pra ele dirigir [por segurança], mas naquela noite a gente liberou. Ele estava feliz porque estava saindo com a caminhonte. Mas sempre dissemos pra ele não reagir [caso fosse assaltado]", contou Leonildo.