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quinta-feira, 4 de setembro de 2014
RIOVERDEMS | Por PORTAL RIOVERDE NOTICIAS

Disparada de Marina blinda pontos fracos que podem naufragar sua candidatura


Avião supostamente comprado com caixa 2, rejeição em seu Estado de origem, recuo em propostas para a comunidade gay. Por mais expostos que estejam seus pontos fracos, nada parece ter potencial para manchar a candidatura presidencial de Marina Silva, elevada à estrela desta campanha depois que um acidente aéreo matou o então presidenciável do PSB, o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos. O fascínio quase imediato de grande parte do eleitorado à ex-ministra do PT vem blindando a popularidade da candidata, que no último mês de campanha terá de enfrentar forte pressão sob outros pontos polêmicos de sua candidatura.A tragédia que se abateu sobre a campanha do PSB no dia 13 de agosto tomou não apenas Marina de surpresa, mas todos os seus adversários, que por semanas se viram impossibilitados de criticar a sucessora de Campos, rapidamente transformada em favorita.
A temporada de ataques contra a ex-senadora só foi aberta depois que o Jornal Nacional (Rede Globo) a sabatinou e escancarou algumas dúvidas sobre Marina: o jato que matou Campos foi comprado com dinheiro de Caixa 2? Por que no Acre, sua terra natal, ela ficou apenas em terceiro lugar na campanha de 2010? A que nova política ela se refere se tem como vice um político tradicional e ligado ao agronegócio?
Apesar da pressão, Marina conseguiu sair ilesa da entrevista e continuou a crescer nas intenções de voto. Agora, a um mês da eleição, uma nova onda de ataques mira fragilidades maiores, como a suposta falta de clareza  e incoerência de seu discurso, o que lhe aproximaria da “velha política” combatida por ela e que já lhe rendeu uma comparação com Fernando Collor de Mello.
Cientista político da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Benedito Tadeu acredita que a comoção nacional provocada pela tragédia deu visibilidade à promessa de Marina de por fim à polarização PT/PSDB, mas que se verdadeiro trunfo em relação aos adversários é o carisma.
"Ela diz e se contradiz sobre qualquer questão com tamanha firmeza que parte do eleitorado disposto a votar nela mal percebe a contradição". Por outro lado, esta característica também pode fornecer munição para Dilma e Aécio. "Esse é um talento típico de um político tradicional."
Mais uma contradição da presidenciável seria o programa de governo calcado no ideário "neoliberal", numa contramão do assado ligado à esquerda dela. Professora de ciências políticas na Ufscar (Universidade Federal de São Carlos), Maria do Socorro Braga entende que Dilma e Aécio já começaram a explorar essa "ambiguidade".
Aécio, por exemplo, disse que a rival plagiou programas de Fernando Henrique Cardoso. O eleitor tradicional da pessebista pode não gostar dessa guinada, mas a maioria ainda não percebeu a contradição. "É preciso saber explorar."
Outra fraqueza de Marina foi escancarada por Dilma, que em seu programa eleitoral gratuito comparou a adversária ao Collor. A relação se deve ao fato de os dois terem prometido deixar de governar com "os mesmos". Para a professora, é certo que o PSDB irá aderir em caso de vitória, a única forma de governar com maioria no Congresso em um sistema presidencialista de coalisão, como o brasileiro.
quinta-feira, 4 de setembro de 2014

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