quarta-feira, 27 de agosto de 2014
RIOVERDEMS | Por PORTAL RIOVERDE NOTICIAS
Governo federal determina estudos no Rio Paraguai para desafogar rodovias
A Hidrovia do Rio Paraguai pode ser uma alternativa para desafogar as rodovias brasilerias. Tanto que virou alvo de um estudo feito pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), por meio do Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura (UFPR/ITTI). Está sendo avaliada a Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) da hidrovia por solicitação da Diretoria de Infraestrutura Aquaviária (DAQ), órgão do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). O órgão pretende adequar a hidrovia e melhorar o transporte de cargas, desafogando as rodovias da região.
Atualmente no Brasil, a bacia do Rio Paraguai é uma das hidrovias com melhores condições de navegação. Ela vai de Cáceres, em Mato Grosso, até Nova Palmira, no Uruguai. São 3.442 km que servem Brasil, Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai, dos quais 1.270 km ficam em território brasileiro.
De acordo com dados da Administração da Hidrovia do Paraguai (AHIPAR), mais de 6 milhões de toneladas de cargas são transportadas pela Hidrovia todos os anos. São transportados principalmente minérios de ferro e manganês a longa distância. Eduardo Ratton, coordenador-geral do EVTEA, explica que será estudada, a partir de pesquisas de campo, toda a extensão da Hidrovia do Rio Paraguai e alguns afluentes em território brasileiro. “Além das características físicas, serão estudadas todas as diretrizes de ordem econômica que interagem com o entorno da Hidrovia, conhecendo as questões, socioeconômicas e ambientais da região”, comenta.
O resultado será um quadro completo da área de estudo para proporcionar uma Hidrovia econômica e ambientalmente viável, segura e com um uso pleno como corredor hidroviário, capacitando-a para transportar cargas consideradas nas projeções das demandas, até o cenário de 2035.
Junto com técnicos da AHIPAR e do Dnit, a UFPR/ITTI já realizou uma expedição ao longo do canal principal do Rio Paraguai. Dividida em duas etapas, a expedição percorreu o Tramo Norte do rio, entre os municípios de Cáceres e Corumbá, em Mato Grosso do Sul, somando 700 km de navegação, e Tramo Sul, entre Corumbá e a foz do Rio Apa, trecho com aproximadamente 600 km.
Os trabalhos incluíram a avaliação e o cadastramento da sinalização náutica, identificação dos processos erosivos existentes nas margens e possíveis impactos ambientais, rastreamento do canal navegável e determinação de sua profundidade, entre outras atividades.
“O intuito da expedição foi avaliar e cadastrar as condições de navegabilidade da bacia identificando as áreas de difícil navegação, bem como avaliar a sinalização do trecho e a ocorrência de impactos ambientais ao longo das margens”, comenta Ratton.
O Rio Paraguai, nas épocas de cheias, é altamente viável para a navegação, entretanto, nos períodos de estiagem, ela fica comprometida com o aparecimento de bancos de areia. Deste modo, a expedição realizou a batimetria, que é a medição de profundidades mínimas ao longo do rio e nos pontos críticos do rio.
“Pudemos perceber que o Tramo Norte está bem preservado e tivemos apenas dificuldade de navegação devido à presença de aguapés, conhecidos como camalotes, que encobriam todo o rio em uma extensão de aproximadamente quatro quilômetros. Esse fenômeno é conhecido na região como “entupimento””, conta o engenheiro civil da UFPR, Carlos Nadal. (Com informações da assessoria de imprensa)
quarta-feira, 27 de agosto de 2014