Mais de 4,8 mil alunos dos distritos localizados no Baixo Madeira em Porto Velho estão fora da sala de aula. O motivo é a cheia histórica do Rio Madeira em Rondônia que invadiu escolas e fez com que outras servissem de abrigo para as famílías atingidas pela enchente. Em algumas escolas, o ano letivo já foi iniciado. Em outras não há previsão.

De acordo com a Seduc, no distrito Calama a Escola Estadual General Osório começou após a baixa do Rio Madeira. A escola foi utilizada como abrigo. Em Nazaré, a Escola Estadual Francisco Desmoret o ano letivo ainda não começou. Cerca de 260 alunos aguardam a desocupação da unidade de ensino.

Já a Secretaria Municipal de Educação (Semed) informou que 4.546 alunos de 11 escolas de Calama e Nazaré estão sem aulas. No distrito São Carlos, duas comunidades tiveram as escolas atingidas e os alunos foram remanejados para a Agrovila Aliança, na margem direita do Rio Madeira, onde seguem com o ano letivo.

As famílias de São Carlos que estão abrigadas em Porto Velho puderam, segundo a Semed, solicitar matrícula em qualquer unidade de ensino da capital. Mais de 80 alunos do distrito já estão em sala de aula. A Semed não soube informar quantos alunos, de São Carlos abrigados em Porto Velho, estão fora da sala de aula.

Segundo Lucilene Duarte, chefe da Divisão do Ensino Rural, muitos pais não quiseram matricular os filhos, pois acreditam que devem voltar para suas residências nas áreas atingidas. "Precisamos saber para onde irão as famílias, para que a Defesa Civil libere as escolas" explica Lucilene.

Cheia histórica
A cheia histórica do Rio Madeira atingiu mais de 30 mil pessoas em todo o estado, chegando a marca de 19,74 metros no dia 30 de março. Segundo a aferição da Agência Nacional de Águas (ANA), a nível do Madeira chegou a 16,90 metros nesta quinta-feira (15). Para recuperar os locais afetados pela inundação, o governo de Rondônia divulgou que prepara um Plano de Reconstrução e Prevenção de Desastres para ser apresentado ao Governo Federal com a finalidade de angariar recursos. Por conta da cheia, os Ministérios Público Federal e Estadual chegaram a expedir recomendação para que o ano letivo na área rural de Porto Velho fosse suspenso pelas secretarias

G1