sexta-feira, 18 de outubro de 2013
RIOVERDEMS | Por PORTAL RIOVERDE NOTICIAS
São Paulo: Manifestantes bloqueiam linha de trem e incendeiam galpões
G1
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Fogo em galpão durante protesto na Zona Leste (Foto: Gero/Futura Press/Futura Press/Estadão Conteúdo) |
Manifestantes invadiram, colocaram fogo em objetos e interditaram os trilhos da Linha 12-Safira (Luz-Calmon Viana) da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), na região de Ermelino Matarazzo, Zona Leste de São Paulo, nesta quinta-feira (17). O grupo protestava contra a reintegração de posse de uma área da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) e chegou a colocar fogo nas instalações onde eram feitos os atendimentos à comunidade.
A manifestação começou por volta das 16h. Um grupo com cerca de 180 pessoas, segundo a Polícia Militar, fechou com pedaços de madeira e pneus em chamas os dois sentidos da Rua Doutor Assis Ribeiro, na altura da rua Caucasica. Além disso, os manifestantes queimaram objetos nos trilhos da Linha 12, entre as estações São Miguel e Ermelino Matarazzo. Os moradores escreveram no chão: "moradia, só queremos moradia".
Inicialmente, a CPTM fechou por segurança apenas esse trecho, mas a interdição foi sendo ampliada, alcançando sete estações da Linha Safira. O bloqueio teve reflexo também na Linha 11-Coral (Luz-Estudantes), com maior lotação nas plataformas de embarque. O Plano de Atendimento entre Empresas de Transporte em Situação de Emergência (Paese) foi acionado, mas os ônibus não conseguiam passar por causa da interdição na Rua Doutor Assis Ribeiro.
Pouco antes das 18h, a PM usou bombas de efeito moral para liberar a via e a linha férrea. Os manifestantes correram e se dispersaram pela região. Alguns jogaram objetos contra os policiais. Um grupo colocou fogo em instalações da CDHU perto da linha de trem onde ficavam as áreas de atendimento à comunidade. As chamas se espalharam e uma coluna de fumaça tomou conta da região.
Os bombeiros conseguiram apagar os incêndios que impediam a circulação de trens e veículos. As estações começaram a ser reabertas e os trens a circularem pouco antes das 20h. Um pouco depois, policiais da Força Tática e do Choque voltaram a usar bombas para dispersar grupos na região da Rua Doutor Assis Ribeiro. Até as 20h50, não havia informações sobre presos ou feridos durante a manifestação.
Reintegração de posse
A CDHU informou, por meio de nota, que 15 áreas no núcleo União de Vila Nova, destinadas à implantação de praças, ruas e escolas, foram invadidas entre os dias 6 e 7 de setembro por moradores da região. “Para garantir a conclusão do projeto, a CDHU ajuizou ação de reintegração de posse, que foi deferida pela Justiça”, diz o texto.
A CDHU informou, por meio de nota, que 15 áreas no núcleo União de Vila Nova, destinadas à implantação de praças, ruas e escolas, foram invadidas entre os dias 6 e 7 de setembro por moradores da região. “Para garantir a conclusão do projeto, a CDHU ajuizou ação de reintegração de posse, que foi deferida pela Justiça”, diz o texto.
A companhia afirma que a invasão das áreas com destinação social “afeta diretamente a população local e prejudica o processo de regularização fundiária do núcleo." A nota ainda diz que os invasores são, na maioria, provenientes da própria União de Vila Nova e de regiões adjacentes. E que parte dessas áreas “já está sendo atendida pela urbanização”. A CDHU alega que pediu à Justiça a reintegração para concluir o projeto.
Confira a íntegra da nota divulgada na tarde desta quinta-feira:
"Em relação à manifestação na Avenida Assis Ribeiro, na Zona Leste da Capital, a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) informa:
Entre os dias 6 e 7 de setembro, foram invadidas quinze áreas no núcleo União de Vila Nova, destinadas a implantação de praças, ruas e escolas. O núcleo é uma ocupação irregular que está sendo urbanizada pela CDHU. A intervenção já beneficiou cerca de 9 mil famílias com novas moradias e obras de infraestrutura urbana como implantação de redes de água, esgoto e energia elétrica, iluminação pública, pavimentação de ruas, paisagismo, sistema de lazer, canalização de córregos e sistema de drenagem.
A invasão dessas áreas com destinação social afeta diretamente a população local e prejudica o processo de regularização fundiária do núcleo, que vai garantir a cada morador a matrícula de seu imóvel.
Os invasores são, na maioria, provenientes da própria União de Vila Nova e de regiões adjacentes. Portanto, parte já está sendo atendida pela urbanização. Para garantir a conclusão do projeto, a CDHU ajuizou ação de reintegração de posse, que foi deferida pela Justiça.
Projeto de Urbanização Integrada - O Projeto de Urbanização é uma ação integrada do Governo do Estado desenvolvida pela CDHU em uma área de cerca de 908.000 m², onde estão localizados os núcleos União de Vila Nova e Vila Nair e o empreendimento Vila Jacuí. Trata-se de um projeto completo de atendimento habitacional, que envolve a construção de moradias e a execução de obras de urbanização como: implantação de redes de água, esgoto e energia elétrica, iluminação pública, pavimentação de ruas, paisagismo, sistema de lazer, bem como obras estruturais para evitar enchentes, com canalização dos córregos e sistema de drenagem.
Em áreas destinadas a equipamentos sociais, por meio do projeto, já foram implantados um parque central, quatro escolas estaduais, duas EMEI, um centro de educação infantil, uma creche, duas unidades básicas de saúde, uma Casa de Convivência dos Portadores de Deficiência, um Centro Social Marista Justino e um Centro de Recuperação e Educação Alimentar.
Outra ação desenvolvida no local é a recuperação das fachadas dos imóveis, cujas paredes externas foram rebocadas, chapiscadas e pintadas, conforme projeto do arquiteto Ruy Othake. Atualmente, estão em curso ações para a regularização fundiária do núcleo União de Vila Nova.
A CDHU também desenvolve com a comunidade vários projetos sociais, como a Cooperativa de Reciclagem Nova Esperança, a Escola de Artes e Ofícios, o Viveiro Escola. São frentes de atuação voltadas à cidadania, cultura, promoção da autonomia e emancipação comunitária, requalificação profissional, geração de renda e sustentabilidade."
sexta-feira, 18 de outubro de 2013