A uma semana de sediar a Conferência das Nações Unidas sobre DesenvolvimentoSustentável, a Rio+20, a cidade entrou no clima do maior evento mundial que já recebeu. O Riocentro se transformou nesta terça-feira em território internacional, com o hasteamento das bandeiras da ONU, do Brasil e da Rio+20, e tropas do Exército e fragatas passaram a fazer parte da paisagem carioca. Elas vão reforçar a segurança até o fim do evento, dia 22. O espaço aéreo também está sob vigilância.
Espalhadas pela cidade, 550 câmeras estarão ligadas ao Centro de Coordenação de Operações de Segurança no Comando Militar do Leste (CML), no Centro. As imagens também serão geradas para o Riocentro, onde a segurança será feita por agentes da ONU. Nem os snipers (atiradores de elite) terão autonomia para atirar sem autorização do comando central. “Poderei ver da minha sala a mesma imagem que o atirador estará vendo em sua luneta. Então, vou autorizar ou não o tiro”, disse o coordenador de segurança da conferência, general Adriano Pereira Júnior.
O prefeito Eduardo Paes garantiu que o Rio está preparado para receber o evento, apesar da previsão de transtornos no trânsito: “É claro que vai haver, sobretudo nos deslocamentos dos chefes de Estado. É um evento complexo, mas estamos prontos.” Cerca de 16 mil homens farão a segurança do evento. Nove mil são das Forças Armadas. A Marinha vai usar seis helicópteros.
Carioca fatura com aluguel
Há moradores do Rio contando os dias para a chegada dos 50 mil inscritos na Rio+20. São pessoas que vão lucrar com a conferência. O construtor Jean Charles Machado, 36, vai para Porto Alegre (RS), sua terra natal, para dar lugar a quatro ucranianos que alugaram seu apartamento durante o evento. O imóvel é vizinho do Riocentro, palco principal da Rio+20. “É só atravessar a rua. Isso facilitou muito para alugar.” O imóvel está alugado por 18 dias a R$ 300 a diária. “Tive muita procura e fiz várias entrevistas”, comemora.