Ministério Público terá força-tarefa para impedir candidatura ficha suja
O Ministério
Público Estadual (MPE) de Mato Grosso do Sul prepara força-tarefa para
analisar os passados dos candidatos e impedir os políticos de ficha suja
insistirem em disputar as eleições municipais. Com prazo apertado de
apenas três dias após os registros de candidaturas para checar o
histórico de todos os candidatos, o MPE começará a se reunir já a partir
deste mês para definir um esforço concentrado com metas que permitam o
cumprimento efetivo da Lei da Ficha Limpa. Para o juiz eleitoral Ary
Raghiant Neto, o órgão terá papel fundamental no processo de faxina
política por ser o responsável por apresentar as denúncias que tornam os
candidatos inelegíveis. Conforme o
promotor de Justiça Rogério Augusto Calabria de Araújo — da 36ª Zona
Eleitoral, responsável pelos registros de candidaturas em Campo Grande
— os fichas sujas nem sequer deveriam se candidatar, mas se insistirem
mesmo tendo histórico de condenação serão barrados pelo MPE conforme
determina a legislação. "Nós vamos interpretar conforme a lei (da Ficha
Limpa) e ver se a pessoa deve ser barrada ou não", adiantou o promotor,
que atua também na esfera criminal. Para
garantir a aplicação da nova norma a todos os candidatos, o promotor
detalhou que serão tomadas medidas específicas. Estão em fase de
análise, por exemplo, a realização de mutirão e plantão de promotores na
Justiça Eleitoral. "Nós estamos até cogitando, se for o caso, a gente
ir para lá (sede da Justiça Eleitoral) e ficar de lá despachando para
evitar esse vai e vem de processos que também atrasa e tumultua",
explicou. Mesmo com a
divisão, adiantou o promotor, há preocupação devido ao curto prazo para
analisar o histórico dos candidatos e garantir que os inelegíveis fiquem
fora do pleito. "Nós estamos preocupados com essa situação, até porque é
a primeira vez que a lei vai ser aplicada integralmente e vai dar uma
briga jurídica muito grande", afirmou o promotor, que para otimizar o
trabalho do MPE se reunirá com os juízes eleitorais e promotores das
zonas responsáveis pela impugnação para traçar estratégias e garantir
que em 2012 haja apenas candidatos ficha limpa à disposição do
eleitorado da Capital. "Mas eu acho que o maior fiscal da eleição é o
eleitor através do voto, a maior fiscalização é feita através do
eleitor", concluiu.
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012