quarta-feira, 26 de outubro de 2011
RIOVERDEMS | Por PORTAL RIOVERDE NOTICIAS
Operações do Gaeco prendem 24 policiais envolvidos em esquema de contrabando
Em coletiva de imprensa na tarde de hoje (26), representantes do Ministério Público Estadual, do Gaeco ( Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e da Polícia Militar falaram a respeito das operações "Fumus Malus" e "Holambra", deflagradas para combater uma quadrilha de policiais corruptos que permitiam a passagem de mercadorias contrabandeadas, especialmente cigarros.
Vinte e quatro policiais foram presos, um está foragido e 34 cidadãos comuns também foram detidos. Destes 24 policiais, oito foram presos na última segunda-feira (24) e 15 foram para a cadeia hoje, durante a operação "Fumus Malus" e pertenciam ao 12º Batalhão de Naviraí (MS). Um dos policiais que foi dado como foragido na ação "Holambra" apresentou-se hoje.
A promotora Jiskia Trentin explicou que os policiais corruptos se dividiam em dois grupos, um deles ficava em Sidrolândia e outro no sul do Estado. Eles recebiam propina para permitir que produtos como pneus, cigarros, bolsas e outras mercadorias falsificadas e de contrabando chegassem ao destino sem serem apreendidos.
De acordo com a promotora, o esquema acontece há cerca de 8 anos e policiais militares, alguns da Polícia Rodoviária Estadual (PRE) recebiam de R$ 500 a R$ 1000 para permitir o contrabando. As mercadorias vinham do Paraguai, entravam por Ponta Porã (MS) e eram distribuídas para todo o Brasil. Segundo Trentin, foram descobertos casos de extorsão, onde os policiais retiam os caminhoneiros, não permitindo a passagem antes que fosse acordado um valor. Alguns envolvidos também serviam de "batedores", vindo à frente do contrabandista para permitir que a mercadoria passasse.
O comandante geral da PM, Coronel David, já determinou que seja instaurado um Conselho de Disciplina para em 30 dias verificar se a conduta desses policiais os permite permanecer nos quadros da Instituição ou se devem ser sumariamente excluídos. As investigações continuam e mais policiais podem estar envolvidos no esquema.
Ameaça
O Coronel David falou também sobre a ameaça de morte que sofreu. Conforme o comandante, o Serviço de Inteligência da PM o contactou há 30 dias para comunicar a ameaça, que já esta sendo apurada. “Imagino que foi feita para nos intimidar”, disse.
Operação
A operação aconteceu em Naviraí, Eldorado, Iguatemi, Itaquiraí, Mundo Novo, Amambai, Sete Quedas, Bataiporã e Campo Grande para desarticular quadrilha formada por civis e policiais militares acusados de facilitarem o contrabando de cigarro.
Os civis presos foram conduzidos para o Ministério Público de Naviraí. Os policiais militares para a sede do 12° BPM, no mesmo município. Em Campo Grande, os detidos foram encaminhados para a Corregedoria-Geral da PMMS.
As investigações iniciaram em outubro de 2010 pela Agência Central de Inteligência da PM (ACI), que averiguava o desvio de conduta de PMs envolvidos com o contrabando de cigarros na região sul do Estado.