Prédio de madeira da Patrulha Mirim é desmanchado e tábuas de peroba desaparecem

O funcionário público aposentado Francisco Felix Varandales está indignado com o sumiço das tábuas e vigas de peroba do prédio de madeira onde funcionou durante muitos anos a Escola Municipal Álvaro Brandão e mais recentemente a Patrulha Mirim de Dourados.
Francisco que mora no Bairro João Paulo II onde fica a Patrulha Mirim que lembra que na década de oitenta levava seu filho patrulheiro para as atividades que aconteciam no prédio de madeira.
O prédio de madeira abrigava as atividades administrativas da Patrulha e foi desmanchado, segundo Francisco, porque apresentada problemas na sua estrutura mas as tábuas e as vigas ainda poderiam ser usadas em outros tipos de construções.
O funcionário público conta que durante muitos anos funcionou no prédio a Escola Álvaro Brandão e em 1995 através da Lei Municipal número 1985 foi cedido por comodato ao Corpo de Bombeiros para dar espaço a Patrulha Mirim.
O presidente da Patrulha Altemir Mateus disse ao Midiamax as madeiras foram vendidas para o empresário Vanderlei Carneiro pelo valor de R$ 5.200,00. Desse total segundo Mateus R$ 1200,00 foram usados para pagar pelo desmanche do prédio e o restante o empresário pagou através de permuta em materiais de construção.
Francisco Felix alega que a diretoria da Patrulha Mirim não deu explicações aos associados sobre a destinação dada a madeira e nem chegou a lavrar uma ata sobre a venda. O funcionário público disse que o prédio de madeira fazia parte do patrimônio público e não poderia ser vendido.
Mateus rebate afirmando que foi lavrada uma ata sobre a venda da madeira e tudo foi feito dentro da legalidade. O presidente da Patrulha disse que as vigas e tábuas eram todas de madeira de lei das espécies Peroba, Canafístula e Angico sendo que muitas delas já não serviam mais para nada. As telhas do prédio continuam no pátio da Patrulha Mirim já que ninguém se interessou em comprá-las, disse o presidente.
Em quatro de fevereiro o Governo do Estado inaugurou uma quadra de esportes no terreno da Patrulha Mirim. Com a derrubada do antigo prédio de madeira a Patrulha Mirim o setor administrativo passou a funcionário no local onde era o refeitório enquanto que as atividades com os alunos são desenvolvidas na quadra de esportes. Mateus disse que o Governo do Estado prometeu construir uma nova sede para a Patrulha e que um projeto está sendo elaborada para este fim.
MP
Tramita no Ministério Público um inquérito Civil Público que investiga a Patrulha Miriam por atuar com duas personalidades jurídicas. A razão social Corporação dos Patrulheiros Mirins funcionou de 1987 a 2003 enquanto que foi reativada em 2010 com uma nova diretoria usando o nome de Instituto Mirim da Grande dourados. Outro CNPJ está em aberto e foi criado em 2004 em nome de Associação dos Patrulheiros Mirins.
Atualmente a Patrulha Mirim tem uma divida de cerca de R$ 200 mil entre encargos do INSS e FGTS o que motivou a criação de vários CNPJ pelas diretorias que passaram pela associação.

Nicanor Coelho